A personalidade emocionalmente desregulada (borderline ou limítrofe) enquanto transtorno.
“Uma ‘atrofia’ [disfunção] do lobo frontal que causa dificuldade em se conter ou se inibir, lidar com sentimentos ambíguos, ou lidar com sentimentos pouco habituais. Dificuldade em conter os sentimentos e atitudes primitivos que não se adequam à nossa sociedade ‘civilizada’.” (L. Dantas).
Dependência emocional e medo praticamente patológico do abandono. O que leva a supressão da própria personalidade em detrimento da personalidade alheia, com o objetivo de não desagradar. Há também, pelo medo do abandono, atitudes tresloucadas e reações desmedidas na tentativa desesperada de não perder os entes amados. Sentimentos extremos (quando ama é pra morrer, quando odeia é pra matar).
Sensibilidade à flor da pele; estrutura emocional desprotegida e sem filtro; baixa autoestima; explosões incontroláveis; memória sentimental curta (se lhe fazem algo bom, já ama mas se lhe fazem algo ruim, já odeia); certeza de que suas atitudes desequilibradas, destruidoras e inadequadas são necessárias e corretas; convicção de sempre estar com a razão (para o borderline só ele está certo, os outros sempre estão errados); reação negativa e ofendida ao ser confrontado com a realidade de seu desequilíbrio; pensamento fixo de sempre estar sendo injustiçado, perseguido e incompreendido.
Está quase sempre entre a neurose e a psicose, o que leva a um desesperado estado de sofrimento mental e emocional quase constante que pode acarretar doenças físicas (úlcera, gastrite, câncer, psoríase, vitiligo, esclerodermia, alopecia, fibromialgia, enxaqueca crônica etc). Quando transtornada, a personalidade limítrofe pode disparar também outras patologias mentais que já sejam tendência genética e que estejam latentes, como depressão, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e outros.
Porém, assim como em algumas outras condições (como a bipolaridade por exemplo), a personalidade limítrofe – estando ou não transtornada – faz com que o portador tenha inteligência emocional e intra pessoal acima da média. Consegue assim, se colocar no lugar dos outros e partilhar de suas dores muito facilmente. Consegue também fazer análises e avaliações psicológicas e comportamentais de si e dos outros com grande naturalidade e proficiência. O portador deste tipo de personalidade é sensível e se doa a ponto de abrir mão de si e de seus interesses em benefício do próximo.
Borderlines e bipolares são muito parecidos nas capacidades e também nos sofrimentos. Algumas pessoas são portadoras das duas condições. E parece que, pelo conjunto da obra, dão bons psicoterapeutas, artistas, conselheiros e excelentes profissionais em áreas que exijam grande criatividade. Diferentemente da Bipolaridade, Borderline não é só transtorno, é tipo de personalidade. Ao ser controlado o estado de patologia, permanecem os traços limítrofes. O bipolar, até onde se sabe, não fica curado. Já o borderline pode deixar de ser doente de si mesmo, mas nunca deixará de ser borderline. Sei que minha personalidade sempre foi assim intensa, minhas emoções e meu humor sempre foram de extremos. Também sou ‘8 ou 80’, e isso pode até me dar medo, mas graças a Deus o equilíbrio tem vindo como tempo, e isso me dá esperança.
“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.” II Timóteo 1:7
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