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Tag: borderline

  • https://m.youtube.com/watch?v=Agq7aK91zuI&t=139s

    Após um período sem gravar vídeos, decidi retomar as postagens no Youtube. Espero poder contribuir de alguma forma e se alguém se sentir ajudado, ficarei muito feliz. Quem quiser pode me seguir no Instagram: @fabimelo.psi.

    Vídeo gravado em 14 de março de 2022.

  • Quem não tem nada a esconder não tem vergonha de mostrar seu lado mais azedo junto com seu lado mais doce. Todos tem os dois lados, mas a maioria prefere continuar mostrando somente as fadinhas da alma e escondendo os dragões mais horrorosos que tem por dentro.

    A perfeição dos contos de fadas não funciona na vida real. É digno mostrar a todos tanto a bruxa quanto a princesa, em vez de fazer de conta que só existe o bom mocismo e a personalidade de realeza. Assim, quem se aproximar não vai estar sendo enganado achando que receberá apenas o que de mais doce e belo alguém tem a oferecer. Vão sabendo que junto também podem se deparar com toda a feiura e o azedume de um ser.

    bolas de sabão

    Isso é ser humano e eu sou muito disso. De um extremo ao outro, em alta velocidade e com violência maior do que minha saúde consegue suportar. E, infelizmente, com dramaticidade e intensidade maior do que minhas pessoas conseguem tolerar.

    Sinto muito, sou eu. Com emoções mais furiosas do que eu mesma gostaria (as quais dificilmente controlo sem medicação), mas sou eu. Não tenho nada além disso pra oferecer.

    “E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança. “Lucas 8:24

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  • elétrica

    “Eu te odeio, não me abandones” – O Psicodrama Borderline

    Imaginem uma pessoa que por algum erro constitucional nascesse sem pele. Qualquer toque, por mais leve, provocaria dor e reação intensa. Assim é o borderline, o que lhe falta é a pele emocional.

    Buscando, de modo simplista, a fórmula de produção desta patologia, poderíamos pensar que uma criança demasiadamente sensível, em contato com um ambiente invalidador, multi-abusivo e destruidor de sua autoconfiança básica, tende a desenvolver comportamentos defensivos que se constituirão nas próprias características do distúrbio.

    Como adulto, o borderline acaba reproduzindo as características invalidadoras de seu meio: invalida suas próprias experiências emocionais e busca nos outros interpretações sobre a realidade. É incapaz de resolver problemas rotineiros, tem dificuldades generalizadas de “como viver”. Formula objetivos pouco realistas, não valoriza pequenos êxitos e se odeia diante dos insucessos. A reação característica de vergonha é o produto natural de um ambiente que envergonha quem demonstra vulnerabilidade emocional.

    O sofrimento e as reações emocionais são extremas: o que seria apenas embaraçoso, torna-se, para ele, profundamente humilhante; desagrado pode tornar-se ódio; culpa leve, torna-se vergonha; apreensão transforma-se em pânico. Prisioneiro das próprias emoções, basta um pequeno estímulo para provocar reações intensas, crises de fúria que confundem e assustam as pessoas à sua volta e ele mesmo. Cria grandes tragédias das quais reclama com fúria crescente, culpando os outros pela situação em que se encontra. Quanto maior a expressão da raiva, mais o borderline se convence e tenta convencer os outros de que são responsáveis por seus sentimentos. E como suas respostas emocionais são de longa duração (lento para voltar a um nível emocional adequado) permanece altamente sensível ao próximo estímulo.

    Tendo seu desenvolvimento emocional detido nas primeiras fases, o borderline é uma criança num corpo adulto e, como a criança, é impulsivo, não sabe esperar, não aceita se frustrar, tem dificuldade em simbolizar conceitos abstratos.Tenta conseguir tudo que quer o tempo todo, a qualquer custo. Em resumo: o borderline tem imensa dificuldade em lidar de forma adequada com suas emoções e a terapia precisa encontrar caminhos: primeiro para não se deixar destruir por demonstrações emocionais grandiosas; segundo para não destruir a precária estrutura emocional que o paciente apresenta; por último, para conseguir formas criativas de fazer pequenos “enxertos” (ele não possui “pele emocional”) e dar algum invólucro que lhe possibilite crescer e se desenvolver dignamente.”
    Trecho do livro Stop Walking on Eggshells, de Paul Mason MS e Randi Kreger

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